Tatuí Cidade Ternura

-Que cidade é esta que chamamos carinhosamente de ternura? A ressonância real da cidade de Tatuí através da viva voz de seu povo.Um espaço de influências e formação,um centro de referências e valores.Um arquivo disponível à pesquisa e estudo

terça-feira, 31 de maio de 2011

Cristina Siqueira entrevista Talita de Oliveira Diniz Moura



Talita de Oliveira Diniz Moura, de família tatuiana, filha de Ivan Diniz de Moura e Izildinha de Oliveira Moura, irmã do Samuel, de 20 anos.

Formada na Etec “Salles Gomes”, de Tatuí, em mecatrônica. Na sequência, especializou-se em informática, dedicando-se a cursos referentes à área.

Em 2005, dedicou-se ao ensino de informática, sendo voluntária na Casa de Ações Sociais da Unimed. Depois, profissionalizou-se e passou a lecionar em escola de informática.

Hoje, voltou a estudar, e faz química na Etec “Salles”. Ao mesmo tempo, é “personal computer”, atendendo com didática própria a alunos em suas próprias casas.


Como formada e novamente estudante da Etec, qual é a sua visão do curso e da situação dos professores?

Gosto da Etec, tanto que aí fiz minha primeira formação e, agora, faço a segunda. Sendo moradora de Tatuí, é muito bom podermos estudar aqui.

Sinto prazer em frequentar esta escola que oferece bom ambiente, funcionários e professores que conduzem com dedicação os estudos. Os cursos são valorizados, têm nome. É uma escola de tradição.


Existe campo de trabalho na região?

Sim, principalmente na área de química. E nos demais cursos, acredito que também, pois os cursos são abertos de acordo com a demanda do mercado.


Como você sente a situação dos professores hoje em greve?

Na verdade, eu sinto uma tristeza porque nossos professores gostam do que fazem, trabalham com amor. Este movimento é justo, pois existe empenho em ensinar. O professor não é apenas um número. Tenho professores que acumulam jornada de trabalho, residem em outra cidade e ainda dedicam-se a tese e mestrado.

A propaganda da estrutura da escola é amplamente divulgada, principalmente como alavanca política. Porém, uma escola está além das paredes, e o professor deve ser tratado com respeito à sua dignidade, e bem pago pelo serviço prestado.

A situação não está focada em pontos isolados, o que ocorre é um descaso ao professor de Norte a Sul do país.

Existe uma inversão de valores: um país que ocupa no mundo o 8o lugar em futebol e o 87º em educação.


E material?

Em química, fazemos experiências e prática de laboratório, e chega a faltar materiais, até os mais simples, como uma caixinha de maizena. Os professores acodem estas faltas com dinheiro do próprio bolso.


Como é a sua rotina diária?

Na verdade, meu dia começa às 7h; fico no “Salles Gomes” até 11h15. Em casa, no horário de almoço, eu contribuo com a família, assistindo à minha avó Hermínia. Temos uma pequena fábrica de sorvetes artesanais e nos revezamos para gerir o negócio. Então, quando não estou cuidando de minha avó, estou trabalhando com sorvetes.

Nas tardes, eu dou de duas a três aulas de computação na casa de alunos.

Durante a semana, em quatro noites, sábado e domingo, cumpro responsabilidade na igreja que frequento.


Como é a sua religiosidade?

Sou de uma família evangélica da Igreja Universal do Reino de Deus. Eu procuro trazer Deus para todas as coisas da minha vida. Primeiro Deus, depois a Obra de Deus e, daí, a família.

Eu vejo a igreja como um hospital, e nós estamos ali para ajudar as pessoas de todas as formas. Para mim, a responsabilidade é de levar as pessoas até Jesus. Na minha vida, o meu alicerce é baseado na minha fé e na comunhão que eu tenho com Deus.

Sou um instrumento na mão de Deus, obedeço a Deus, minha condição é a de servo. Eu não escolho, escuto a voz de Deus falando dentro de mim.

Na verdade, o que faço é o mínimo se observarmos a vida de Jesus.

Paralelo à minha atuação na igreja, eu me dedico à Escolinha Bíblica Infantil. Este trabalho é de formação espiritual, onde se ensinam orações, histórias bíblicas. As crianças aprendem a agir a fé.

O meu trabalho na obra de Deus e dos demais evangélicos da Igreja Universal é voluntário. Trabalhamos por amor, por acreditar.

Tem uma frase: “Quem pensa no próximo, pensa como Deus”.

E o futuro?

Eu idealizo como vou estar daqui a cinco anos, por exemplo. Existe uma perspectiva, mas eu vivo o hoje e, para o futuro, confio em Deus. O mundo está tão louco, é tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, que é só confiando o futuro nas mãos de Deus.


E ser jovem?

Te proporciona muitas coisas. Os jovens têm dificuldade de lidar com os próprios problemas, eles se deixam levar pela ilusão do mundo e enveredam por caminhos tortuosos.

Eu não sigo a onda que leva o pessoal, mas os jovens se organizam por interesses comuns, alguns se reúnem para beber, e por aí vai. Ser jovem, hoje e sempre, é fazer a cabeça com escolhas acertadas ou não. Eu me norteio por Deus, e sou jovem e feliz, embora, claro, os problemas existem.


:-: Jogo Rápido :-:

Delete - O que eu escuto e que não vai acrescentar nada à minha vida.

Pause - Não dá para enquadrar agora.

Caps lock – Deus - colocaria em caps lock para que todo mundo acordasse.

F5 - Para atualizar as coisas boas no mundo.


Uma mensagem

“Tudo que não é eterno, é eternamente inútil.”

C. S. Lewis


:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:

Oi, Tally

Em minhas orações, sempre peço a Deus e aos anjos que enviem bons aliados para compartilhar a vida comigo. Tenho sorte em tê-la como amiga.

Admiro seu propósito de servir à Obra de Deus, seu interesse em “reinventar” o mundo, sua preocupação com a escola, os professores, sua dedicação à família.

Tally, você vale à pena e faz a diferença neste mundo em que se precisa de Deus.

Com carinho.


Cristina Siqueira

6 comentários:

Jorge Sader Filho disse...

Mas a entrevistadora bate a entrevistada de longe!
Não conhecia este talento seu, Cris!

Beijos,
Jorge

Jessica disse...

Gostei da entrevista.
Apoio a greve é um direito deles, para um salario melhor.
Tah faltando verba para aparelhos, materias primas, soluções e outros materias que são usando nos cursos das ETEC.

Anônimo disse...

Não conhecida seu trabalho Cristina, mas adorei. Graças a Talita minha amiga do curso de química do Salles.
Realmente nossa situação é essa que foi dita.
Não tenho nada a acrescentar. Esperamos com dúvidas, a ação do Governo.
Enquanto isso tocamos nossas vidas.

Amei muito a entrevista.
:*

Vanuza Pantaleão disse...

Mostrar a prata da casa, divulgar a cultura de Tatuí. Fazes tudo tão bem!
Beijos, Cris!!!

LIGIA SOARES disse...

Oi Cris...parabéns pelo Blog, genial!
Mas o motivo pelo qual cheguei a ele foi a saudade de tempos antigos em busca de uma única foto que fosse... da Praça que era o point da cidade, milhares de jovens dando voltas na praça da Matriz...Que saudades...
Seria lindo uma exposição de fotos antigas no seu blog...nos faria matar um pouquinho a saudade que sentimos de tempos que não voltam mais...beijosss

Jorge Sader Filho disse...

Posso parecer ter sido indelicado com a Talita. Em absoluto, não fiz isso, apenas surpreendi-me com a Cris entrevistando com tamanha facilidade.

Beijos a ela e a Cris.
Jorge