Foto do Arquivo de Erasmo Peixoto-gentileza do restaurador Tony Guedes
Saudade da Infância
Que saudade do pão quentinho
que não era da esquina
A loja do Sêo Pretinho
ao lado a farmácia Avalone
café com leite e novelas que vinham
com as ondas do rádio
Minha mãe bordava toalhas de mesa
e costurava colchas de retalho.
O telefone tinha dois números
e os taxis se chamavam carros de aluguel
papai usava chapéu
Na esquina tinha um bar onde os homens tomavam café
Vestia minhas bonecas com tecidos de meus sonhos
Colecionava papéis.
A cidade não era calçada
O jardim tinha um coreto e casais de namorados
Meu vestido tinha um laço,babados e muitas fitas
Tomires do Sêo Bodinho
fazia meus bolos de festa
carrocinha de cachorro
sapatos da Casa Armênia
a cidade era minha,a casa dos Lanza
o bangalo dos Azevedos
A Igreja da Matriz
a procissão e seu enredo
lança -perfume Rodouro
bisnagas com sangue do diabo
bailinhos e matinês
Que tempo bom!
Esta cidade era minha
e hoje é só passado
Não sei se naquele tempo
eu é que via luz ou
todos eram iluminados?
3 comentários:
Saudades parecidas com as minhas...
A padaria da minha infância ficava na esquina e ainda sinto o cheiro do pão quentinho e das broinhas de coco; meu vestido, lindo, tinha uma saia com três babados; minha mãe também bordava toalhas de mesa e fazia colchas de retalhos.. e eu, junto dela, costurava vestidos para minhas bonecas...
Ô! Saudades!
BJs.
Tatuí também fez parte da minha infância!
Passei grande parte da minha vida nessa cidade, q saudade!
Parabéns, adorei seu blog!!!
bjs
Oi Cris, belo poema...Espectacular....
um beijo pra você querida
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