Tatuí Cidade Ternura

-Que cidade é esta que chamamos carinhosamente de ternura? A ressonância real da cidade de Tatuí através da viva voz de seu povo.Um espaço de influências e formação,um centro de referências e valores.Um arquivo disponível à pesquisa e estudo

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Homenagem a Bimbo Azevedo-Foto Encontro do Escritor Sílvio de Abreu e Cristina Siqueira


Sábado pela manhã, acordei porosa, permeável as emoções, sentimental, perambulei por dias divertidos lá da década de 80, quando o destino me trouxe o convívio com Otávio e Maria Elisa. Otávio, filho único de Bimbo com dona Julieta, que eu conheci na infância. Lembrava-me de Otávio com seu Karman Ghia amarelo. Conhecia dona Elisa, mãe de Maria Elisa, e com eles me sentia à vontade, acolhida, desfrutando da intimidade da família alegre, a mesa farta nas prendas de Maria Elisa, as visitas ao bangalô de Arnaldo e Ana Isabel.

Retornava a Tatuí após ter morado em Belo Horizonte. A cidade pequena e eu grande demais, querendo ganhar o mundo. Bastava um namorado, uma boa história e alguns bons amigos. Foi uma época de fantasia, sorrindo para a vida, queria ser feliz, viajar e não ter problemas. Sítio nos finais de semana, muita onda valendo até o show business nacional, com as mulatas do Sargentelli e a companhia de Abelardo Figueiredo. Existia um cadillac preto que eu pensava que poderia ser cor-de-rosa. Esta era a cor dos meus sonhos. A gente podia incendiar a vida, nós sabíamos viver. Aperfeiçoo o momento na lembrança desta amizade tão próxima e sincera. Neste estado de espírito, me dirijo à Praça da Matriz, onde acontecerá o descerramento da estátua de Bimbo Azevedo. A vida se encarrega de tudo, o tempo tem olhos de retrovisor e vai buscar na memória fatos e pessoas que nos dignificam.

Tatuí, Capital da Música, e insisto, Cidade Ternura, pela qualidade de sua gente. Sento-me ao lado do professor Paulo Ribeiro, que, baixinho, vai proseando em versos, poemas inteiros. Sua presença ao meu lado é viva voz de ternura. Encontro pessoas queridas, Celso Módena chega para agradecer o relato de nosso encontro na esquina, que rendeu uma crônica, Carlota Franco envolvida com projetos artísticos buscando a chancela do Banco Real, revejo queridos e queridas em festa. Na moldura o Café Canção, onde morou Bimbo Azevedo e que eu tive o prazer de repaginar, produzindo com o Marco e a Carmen Sílvia a foto- história nas paredes, compondo com partituras musicais. Maestro Pereira rege a orquestra, executando músicas de Bimbo. O coral Municipal “José dos Santos! apresenta sua homenagem.

Linda a manhã na praça, segue a cerimônia na fala do prefeito Gonzaga, que tem o mérito de enaltecer os valores da terra, sendo ele um valoroso “pé vermeio”, sendo ele um tatuiano aguerrido, que luta pelas causas da cidade.

E fala Jorge Rizek, e fala o escultor Camargo, e Maria Elisa, em nome da família, agradece a homenagem e a presença dos amigos.

E depois, o suco de pitanga com laranja servido pela Evelize, os alôs amigos de Raquel e Guto, Araci Cavalcanti, Cristininha Corradi, Tavico Azevedo, Henriette, Giovanni Arruda - idealizador do projeto das esculturas -, Arnaldo, Ana Isabel e toda a família Macedo Azevedo. Antes de sair da praça, cochichei com Sílvio de Abreu: “Voltem sempre. A cidade os recebe com música e alegria.” Esta é a ternura com que servimos a nossa mesa, a acolhida simpática aos visitantes.

Neste fim-de-semana fiz uma boa peregrinação cultural pela cidade, que terminou na deliciosa feijoada servida no República Botequim, convidada de Luiz Duarte.

2 comentários:

Pedro Luso de Carvalho disse...

Oi Cris,

Esta crônica, já não mais me surprendeu pela excelência da escrita, já que esta é a segunda crônica tua, que leio.

Mas, de qualquer forma, repito-me: Cris, tu escreves muito bem.

Parabéns pelo que fazes, para que se crie o hábito da leitura na tua Tatuí, como disseste no teu comentário em meu blog, e que tomo a liberdade de transcrever o texto, a que me refiro, para que mais pessoas saibam desse teu ato heróico; segue o que escreveste para mim:


"Oi Pedro,
Em nosso país a falta de estímulo para a leitura é um problema de cultura e educação. Das nossas crianças raras tem o privilégio de ter pais leitores.Com esta visão crítica e vontade de transformar efetivamente este quadro intentei,criei e produzi o Projeto livro de Rua aqui em Tatuí cidade que me viu crescer e onde moro atualmente.
Visite o blog;
www.tatuicidadeternura.blogspot.com
Para entender a dimensão deste projeto cultural,pedagógico e transformador.Fiz a minha parte e adorei fazê-la .Produzi este projeto com muita paixão ,meu objetivo é fazer de cada cidade um livro desencadernado.Pode ser utópico,mas faço valer a poesia.
Com carinho,
Cris
Ps-adorei o texto de Herman Hesse e a forma com que você o colocou.
E os comentários dos seguidores do blog também acrescentam muito
(30 de Julho de 2009)."


Parabéns pelo teu belo trabalho.

Abraços,
Pedro

Henrique Autran Dourado disse...

Oi, Cris,
Estava no Google tentando achar alguma coisa para escrever sobre o Bimbo Azevedo, e olha onde vim parar. No seu blog. Encontramo-nos por aí e por aqui. Sempre leio sua coluna, aliás somos quase vizinhos no jornal, certo? Um beijo, e não se esqueça de me dar uma sugestão sobre o Bimbo. Henrique Autran